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QUANDO NIETZSCHE CHOROU
Irvin Yalom
Yalom escreveu um romance tendo como personagens principais Friedrich Nietzsche e Joseph Breuer, focalizou-o no ano de 1882 e adornou-o com os coadjuvantes Sigmund Freud e Lou Salomé. Irvin, ajudado pela sua formação psiquiátrica, estudou a fundo a biografia de cada personagem e conduziu os diálogos do seu livro, de maneira a estarem o mais perto possível da realidade. Certamente escreveu uma estória de fundo psicológico, mas conservou, sempre que possível, registros da história real. De fato, o encontro entre Nietzsche e Breuer nunca ocorreu, mas não seria impossível.
Com isto, vamos encontrar Nietzsche e Breuer descobrindo juntos o melhor método para um tratamento psicanalítico e ao mesmo tempo fazendo uma reflexão sobre a vida, onde o conceito junguiano de ‘anima’ é profundamente discutido e apresentado de uma maneira prática. Aliás, o autor embora focalize a estória na época em que Jung tinha sete (7) anos, coloca uma série de abordagens típicas do psicólogo suíço.
O romance embora lide com temas pesados e profundos, como por exemplo, a verdade na relação médico-paciente, ficou fluídico como uma estória policial de Agatha Christie. Enfim, estamos frente a um livro que fará um marco na literatura universal e com certeza entra no rol dos imperdíveis.
Paulo
Costa de Souza
CADERNOS JUNGUIANOS
Gustavo Barcellos
A Associação Junguiana do Brasil produziu sua primeira revista no ano passado, intitulada "Cadernos Junguianos" e veio com uma periodicidade anual. De pronto impressiona sua apresentação muito bem cuidada e identificamos o dedo do seu editor, Gustavo Barcellos.
Começo falando do artigo do Ulson que resume a história do movimento junguiano no Brasil, pois sem história não existe sociedade e nem indivíduo. Acho que um artigo sobre história do movimento junguiano no Brasil deveria ser obrigatório em cada número dos "Cadernos Junguianos", ou melhor, cada junguiano brasileiro com mais de 50 anos deveria se sentir na obrigação de escrever um artigo sobre o seu viés e participação no movimento.
Não cabe aqui, por questões de espaço, falar de cada artigo em particular e em separado, principalmente porque tem um artigo da minha querida amiga Renata e eu não quero privilegiar ninguém, num grupo de articulista da monta que ora nos deparamos. A revista ficou extremamente equilibrada, pois tem um pouco de tudo: artigos de ótimo nível, entrevista, comentários de filmes e de livros, história, etc. Posso afirmara a quem me lê: a revista como um todo está irrepreensível.
Por outro lado, não poderia deixar de mencionar a instigante entrevista com Wolfgang Giegerich, que além de uma cabeça privilegiada no grupo dos pós-junguianos já é considerado por alguns como uma onda na maré de Jung. Eu como estou ainda na areia do movimento só posso aguardar com expectativa o volume dois deste ano.
Paulo
Costa de Souza
A SABEDORIA DE CARL JUNG
Edward Hoffman
Eu começaria agradecendo à editora Palas Athena por publicar uma tradução de um livro sobre Jung, embora se me fosse dado escolher, este não estaria entre os dez mais. Vale ressaltar, que a Palas Athena é uma editora que sempre publicou livros importantes para o desenvolvimento da cultura no Brasil, mas, como seu primeiro e único livro sobre Jung deixou a desejar.
O livro é composto por duas partes, uma inicial bem menor, onde o autor ou organizador faz uma exposição breve sobre a vida de Jung e, uma segunda que compõe o corpo do livro e faz um apanhado de citações do psicólogo suíço.
Fazer uma seleção de frases de Jung e colocá-las agrupadas sob um título escolhido pelo organizador, soa como um manual de auto-ajuda, e tira muito a força de Jung nas suas extensas narrativas, onde o contexto total é que faz um sentido maior. O título "Conselhos para uma vida de sucesso", usado para o último agrupamento, chega a soar esquisito, para quem conhece alguma coisa da obra de Jung.
O mais grave do livro é que na segunda parte dele, após cada citação, aparece um número entre parêntesis e sobre ele nada é dito. No final do livro não existe nenhuma lista numerada que poderia nos levar, por intuição e associação, a uma correspondência. Com a curiosidade aguçada fui à "Lista de Fontes", no final do volume e numerei-a cuidadosamente. Depois fiz algumas comparações com os números das citações e as 'obras completas' de Jung. Tive a surpresa de ver que batiam. Para uma editora do porte da Palas Athena a ocorrência é no mínimo lastimável.
Nas 40 páginas sobre a vida de Jung, o autor comete vários escorregões que não cabem discutir aqui. Para saber sobre a vida de Jung já temos bons livros em português, traduzido ou não e este não vai fazer falta.
Paulo
Costa de Souza
TERAPIA DE CASAIS
Nairo de Souza Vargas
Nairo é um dos pilares do movimento junguiano no Brasil e um dos fundadores da SBPA. Mas não impede de ter sido infeliz na escolha da capa de seu livro "Terapia de casais". Quando vi o livro pela primeira vez pensei se tratar de 'sexologia' e só fiquei tranqüilo quando vi o nome do Nairo Vargas na capa. A chamada na contra-capa combina um pouco com a foto e também com a cara da editora Madras; frases como "este é o livro que ajudará os casais...", e "a partir da leitura de "Terapia de casais", você poderá viver..." não coadunam com as colocações junguianas.
Mas não se deixem enganar pela apresentação, o livro é uma preciosidade, assim como um abacate, no qual encontramos no seu interior puro manjar. Nairo faz uma varredura ampla e didática no tema da terapia de casais. A divisão em cinco partes e estas em capítulos bem pontuados, torna a leitura fácil e fluídica, nem dá para acreditar que foi oriundo de uma tese acadêmica.
Por outro lado o livro é profundo e aborda os problemas com ambivalência, em estilo que lembra Craig. Na quinta parte, Nairo coloca alguns casos clínicos comentados e da um desfecho prático para a sua narrativa. Não é muito comum entre junguianos o estudo de casos e o autor se expôs, para não deixar o leitor com uma sensação de "falta alguma coisa".
Nairo não precisa disto, mas deixo meus parabéns pela sua obra.
Paulo
Costa de Souza
LÉXICO
DOS CONCEITOS JUNGUIANOS FUNDAMENTAIS
A
Partir dos Originais de C. G. Jung
Helmut
Hark
Helmut
Hark é teólogo e psicoterapeuta junguiano, muito
conhecido na Alemanha e nos países Escandinavos, onde seus
livros foram traduzidos. Produziu este léxico com muito
esmero e mesclou profundidade e síntese. Encontramos nele
83 verbetes (cada um ocupando, em média, uma página
e meia do livro) selecionados com critério e abordados
em uma linguagem fácil e contundente; primeiramente nas
palavras do autor e depois nas de Jung. A descrição
dos tópicos é sempre muito clara e precisa e quando
necessário leva você até outros verbetes.
As citações da obra do Jung estão sempre
referidas, inclusive com os parágrafos e facilitam para
quem quer ler o texto original. O livro pode ser manuseado como
'um romance' ou usado para consulta aos termos cunhados e/ou reformulados
por Jung, mas é fundamental para todos aqueles que lidam
com a sua obra. Tudo isso, numa edição finamente
elaborada e, apresentada em capa dura, o que não é
muito comum acrescida da tradução cuidadosa de Maurício
Cardoso.
Paulo
Costa de Souza
POR
QUE FREUD REJEITOU DEUS?
Uma
Interpretação Psicodinâmica.
Ana-Maria
Rizzuto
Rizzuto
elaborou uma obra dinâmica e atraente baseada em intensas
pesquisas documentais. O livro prende o leitor com sua forma encadeada
e detetivesca. Mesmo que você não concorde plenamente
com a resposta da autora ¾ para a pergunta, por ela mesmo
elaborada ¾ vai achar o livro fascinante. Ela parte de
uma visita que fez, em 1992, a uma exposição, onde
fica impressionada com a coleção de antiguidades
de Freud. Na exposição está uma bíblia
ilustrada de Philippson que ele ganhou de seu pai em 1891. Ela
vê uma correlação entre as figuras da bíblia
e as estatuetas da coleção. No caminhar da pesquisa
ela descobre que a coleção começou após
a morte do seu pai Jakob, em 1896. Daí ela usa o livro
para demonstrar e responder a questão de Deus na vida de
Freud, passando pela figura do pai, da mãe e de sua religiosidade.
Não vou contar o final surpreendente. Deixo cada um de
vocês caminhar com a emocionante narrativa da Ana-Maria.
Paulo
Costa de Souza
VARIAÇÕES
SOBRE O TEMA MULHER
Jette
Bonaventure
Na
medida que avançamos pelos dezesseis contos que compõem
o livro, temos a sensação de percorrer uma galeria
de artes. É como um carrossel multifacetado da mulher que,
quanto mais gira, mais integra a parte com o todo. No final surge
uma bela figura de mulher, uma mulher total, pronta a cumprir
o seu papel de dar vida...
Jette nos mostra com suavidade e delicadeza os vários ângulos
da figura feminina. Usou os contos para tornar mais lúdico
a sua visão do mundo da mulher. Com a força dos
seus comentários pertinentes fez um estudo penetrante da
alma humana, tanto da mulher como do homem.
Ao terminar o livro lembrei-me da música 'Escultura', de
Adelino Moreira que ficou imortalizada na voz de Nelson Gonçalves.
Nela, um homem começa a estruturar uma figura feminina
perfeita usando a melhor parte das mulheres mais famosas que já
surgiram no mundo. No final, com a escultura pronta, depara com
a imagem da sua amada, sua companheira, já tão conhecida.
A mulher completa já está dentro de cada um, com
a ajuda do livro vamos desvendá-la.
Paulo
Costa de Souza
AS
TRANSFORMAÇÕES DO MITO ATRAVÉS DO TEMPO.
Joseph
Campbell
“O
material do mito é o material da nossa vida, do nosso corpo,
do nosso ambiente;...”
Com essas palavras Campbell inicia uma série de treze conferências
que foram transformadas neste interessante livro. O autor percorre
os mitos do mundo obedecendo uma ordem cronológica, desde
a pré-história e termina na época medieval,
com os contos da corte do rei Arthur.
No desenrolar de sua exposição, ele ressalta com
propriedade a importância do mito para a psicologia profunda.
Vai comparando os mitos entre si e, sempre que possível,
mostra as convergências e equivalências desses mitos
em povos tão distantes no tempo e no espaço.
Como todo escritor que possui uma grande bagagem cultural seu
texto é denso, mas ele soube amenizar muito bem este fato
recheando a narrativa com muitas histórias saborosas.
O livro está ricamente ilustrado com fotos retiradas dos
seus inúmeros ‘slides’, o que torna a tarefa
do leitor mais agradável. Não perca.
Paulo
Costa de Souza
OS
TEMPLÁRIOS
Piers
Paul Read
Ao
abrir o livro, 'Os Templários', nos deparamos com uma narrativa
histórica que prima pelo rigor dos fatos. A primeira parte
é uma concisa história de Jerusalém, desde
Abraão (1800 a. C.) até 1.099 d. C. e, sempre mantendo
o enfoque no Templo. Read consegue resumir anos de história
sem deixar de lado os fatos relevantes.
Na segunda parte aumentam os detalhes para focar a evolução
dos monges-cavaleiros, sem tirar a atenção do leitor
para sua narrativa. Sempre com o cuidado de mostrar os dois lados
da questão, o dos cristãos e o dos mulçumanos,
vai costurando a narrativa com a linha da cronologia.
Com a terceira parte, mostra o declínio e o desman--telamento
da Ordem do Templo, numa visão ampla do mundo cristão,
embora o julgamento principal tenha sido em território
francês.
No epílogo, intitulado 'O Veredicto da História',
o autor faz um apanhado geral de tudo o que foi dito dos Templários
até os dias de hoje e, deixa a cada um de nós, a
avaliação final.
Não bastasse a contundente narrativa, o livro contém
16 páginas de imagens (com 34 fotos) e 7 mapas explicativos.
Ele torna-se mais saboroso com o cuidado editorial que a Imago
vem dando as suas publicações nos últimos
anos. É, portanto, um livro de referência.
Paulo
Costa de Souza
A
DEUSA INTERIOR.
J.
B. Woolger e R. J. Woolger
Na
época atual, onde o feminino e a mulher estão se
desenvolvendo com mais rapidez e profundidade, onde o homem já
não tem tanta certeza da sua superioridade, encontramos
no livro "A Deusa Interior", um manual de orientação
teórico e prático para quem quiser encontrar e equilibrar
as forças dos arquétipos (ditos femininos) dentro
de si.
O casal de autores destacaram seis deusas do panteão da
mitologia grega (Atena, Ártemis, Hera, Perséfone,
Afrodite e Deméter) e nas suas histórias, com muitos
exemplos práticos, demonstram que as mulheres podem encontrar
um reflexo da antiguidade no seu dia-a-dia: com a família,
o trabalho e o lazer.
A 'psicologia das deusas' usa o barco que Jung tão sabiamente
construiu e navegando na mitologia grega aporta no coração
feminino, tanto das mulheres quanto dos homens. Após uma
consistente narrativa dos mitos das deusas gregas, os autores
passam a uma série de exemplos de casos de sucesso, sempre
na busca do equilíbrio das forças divinas na mulher.
No final do livro uma interessante lista de filmes, onde as características
das deusas são retratadas pela indústria do entretenimento.
Para as mulheres em busca do autoconhecimento é um livro
que vale a pena conferir.
Paulo
Costa de Souza
A
JORNADA DA ALMA
John
Sanford
O
livro é dividido em duas grandes partes. A primeira é
um estudo sobre a ‘reencarnação’ e a
segunda sobre o ‘destino da Alma’. Os dois temas são
enfocados por diferentes aspectos: o ângulo do hinduísmo,
a visão da Grécia como representante do ocidente,
a Bíblia como documento judeu e cristão e finalmente
pela igreja primitiva.
Sanford é um autor abrangente e muito envolvente - a Paulus
já publicou quatro obras suas. Ele trabalha o tema religioso
com uma visão psicológica e não negando suas
origens anglicanas, pesa com cuidado todos os aspectos de matéria
tão delicada. Por conseguinte, os leitores, assim como
os golfinhos (símbolos da reencarnação),
devem mergulhar no mar profundo de Sanford e logo em seguida respirar
oxigênio de outras religiões; para no balanço
final, terem as respostas pessoais e individuais para as suas
angústias enquanto estiverem na roda da Samsara.
O livro é simplesmente imperdível. Se alguém,
alguma vez na vida perguntou-se: a reencarnação
existe?... então, precisa ler o livro de Sanford. Como
todos nós já pensamos pelo menos uma vez no assunto,
devemos ler o livro; mesmo que depois de lê-lo continuemos
com a mesma opinião anterior. Aliás, o livro não
tem o objetivo de convencer o leitor de uma coisa nem de outra.
O livro coloca todos os argumentos possíveis e deixa para
nós a resposta ou as dúvidas.
Paulo
Costa de Souza
O
MEDO FEMININO
Erich
Neumann
A
Editora Paulus mais uma vez contempla os leitores com um tema
psicológico, que faz parte da extensa coleção
‘Amor e Psique’. O livro, ora em apreço, é
composto de cinco ensaios de Neumann e tratam do feminino e do
medo com bastante profundidade. Os artigos não foram compostos
de forma encadeada - como em uma palestra ou seminário
- e portanto, podem ser lidos a partir de qualquer um dos tópicos.
O último artigo dá nome ao livro. É uma interessante
abordagem da origem do medo no ser humano, baseada no fato de
que vivemos o nosso primeiro ano de vida como numa ‘bolsa
marsupial’. Essa enorme dependência da mãe
e sua posterior desvinculação - para depois entrarmos
no mundo patriarcal - produz o medo. O 3° artigo é
uma empolgante análise da ópera a ‘Flauta
Mágica’, de Mozart. No 2° artigo, o simbolismo
da lua, que é ao mesmo tempo abrangente e profundo, é
abordado com extrema delicadeza. No 4° artigo, Neumann aborda
com coragem o arquétipo da terra e seu oposto o arquétipo
do céu. Por fim, ou por começo (1° artigo),
desfrutamos o complexo estudo do desenvolvimento psicológico
do feminino, na mulher e no homem.
Neumann, infelizmente falecido com pouca idade, é um dos
discípulos de Jung que escreve denso e profundo. Precisamos
ter paciência e perseverança para ler os seus textos,
e deles, tirar os ensinamentos que possuem.
Paulo
Costa de Souza
ALIMENTO
E TRANSFORMAÇÃO
Eve
Jackson
Eve
nos proporciona um passeio psicológico pelo mundo do alimento,
abordando a comida e a alimentação de uma maneira
abrangente. O livro está recheado de sonhos de seus pacientes
e leva uma cobertura de mitos e citações, que nos
ajudam a ter uma visão mais holística do relacionamento
ego-corpo. A receita foi pincelada de contra-ponto intelectual
e assada no fogo brando da imparcialidade.
A jornada começa com uma explanação sobre
a cadeia alimentar e usa os mitos como referência. Jackson
faz uma interessante avaliação histórica
desde os primórdios do ser humano, comentando os hábitos
alimentares das diferentes épocas.
Em seguida caminha pelos diversos tipos de alimentos e sua correlação
com a psique.
Em outro tópico, a comida é vista como um dos alicerces
do relacionamento interpessoal e, o ato de comer é abordado
como um ponto de socialização.
Finaliza a senda alimentar com uma abordagem simbólica
do processo digestivo e seus diversos órgãos. Nesse
capítulo fala da digestão e das implicações
psicológicas de cada estágio, discutindo, item por
item, o caminho do alimento pelo nosso corpo e suas relações
com a psique.
O livro é leve, saboroso e de fácil digestão.
Bom apetite!
Paulo
Costa de Souza
OS
DEUSES E O HOMEM
Jean
S. Bolen
Bolen
já é nossa conhecida, pois temos muitas obras suas
traduzidas. Mantém aqui o seu estilo solto e com isso,
consegue uma boa penetração em diversas camadas
de leitores. O livro não é uma continuação
do seu ‘As Deusas e a Mulher’, é antes um contra-ponto
solicitado, após o sucesso do primeiro.
Nesta importante narrativa; homens podem conhecer os oito deuses
básicos que vivem dentro deles, mulheres podem entender
seus relacionamentos e seus filhos e, até os deuses masculinos
que as conduzem. Jean faz um passeio amplo e profundo com Zeus,
Posêidon, Hades, Apolo, Hermes, Ares, Hefesto e Dioniso.
Por intermédio de cada um lança uma visão
multifacetada e aborda os ângulos mitológicos e psicológicos
comparando-os com as fases da vida de cada um de nós. O
último capítulo lança a possibilidade da
formação de um novo deus-arquétipo, fechando
o livro de forma brilhante e instigante; uma obra-prima...
Espero que os futuros leitores desta obra possam tirar o que de
mais positivo possuem os oito deuses arquetípicos e que
eles ajudem no caminho da individuação de cada um
de nós, simples mortais... ainda bem... Os deuses são
possibilidades de realizações e cada leitor deve
preencher seus conteúdos com o que há de melhor
em cada recôndito da alma...
Paulo
Costa de Souza
O
PAI E A PSIQUE
Alberto
Lima Filho
Alberto
Lima transformou sua tese de doutorado em um livro para o público
culto em geral; tarefa difícil em que muitos naufragam.
Sem dúvida o livro ficou bastante denso, mas, o tema assim
o pede, porque o assunto é profundo. Apesar de ser um livro
de mais de quinhentas páginas é facilmente digerido,
provavelmente com a ajuda da força do ‘arquétipo
do pai’.
O trabalho está dividido em duas grandes partes: na primeira
apresenta uma fundamentação teórica da psique
e do pai e, na segunda, vem enriquecer o tema com relatos de seus
casos clínicos. Ficamos com a gostosa sensação
de livros dentro de um livro. O capítulo que traz o título:
“Sandra, 40 anos”, vale por todo o livro. Assim como
eu tive uma ‘atração projetiva’ pelo
capítulo que aborda o ‘pavor às baratas’,
os futuros leitores deverão ter outras, por outros capítulos.
Aos que buscam o auto-conhecimento, mas não estão
muito familiarizados com Jung, Neumann ou Hillman; podem começar
a leitura pela 2ª parte, onde são descritos os casos
clínicos e deixar a 1ª parte, a teoria, para sedimentar
o que viu na prática.
É uma obra fundamental no campo da psicologia profunda
e veio para ser um marco na produção junguiana de
autores brasileiros.
Paulo
Costa de Souza
DICIONÁRIO
JUNGUIANO
Paolo
F. Pieri
Até
a presente data tínhamos no mercado editorial brasileiro
três dicionários junguianos em português, mas
nenhum do porte deste elaborado pelo italiano Paolo Pieri e, agora
a disposição do público. Nele vamos encontrar
388 verbetes descritivos e 341 que remetem aos descritivos. Os
verbetes são todos lúcidos e didáticos e
na sua maioria extensos (alguns preenchem 13 páginas, como
no verbete ‘inconsciente’). Seus tópicos são
abrangentes e chegam a incluir termos freudianos, além
de outros tantos em áreas correlatas da Psicologia Analítica,
como: filosofia, religião e mitologia.
O livro é muito bem cuidado e apresenta a raridade de uma
capa dura que melhora em muito a sua apresentação
e manuseio. No apêndice, além das referências
bibliográficas e de vários índices, vamos
encontrar uma cronologia dos escritos de Jung e uma relação
completa das obras do mestre. É uma obra fundamental de
consulta no campo da psicologia profunda e, veio numa hora em
que Jung está sofrendo um incremento entre os jovens; portanto,
não pode faltar na estante dos leitores de mentes buscadoras
e esclarecidas.
Os livros possuem vida própria e nós mantemos um
relacionamento com eles e, como todo relacionamento é preciso
proximidade e identidade. A identificação é
natural para quem lê o jornal; fica faltando a proximidade...
Paulo
Costa de Souza
OLHOS
DE MADEIRA
Carlo
Ginzburg
Carlo
Ginzburg reuniu nove ensaios reflexivos e nomeou-os em um livro
com o título “Olhos de Madeira”. Esses olhos
de madeira são os de Pinóquio no famoso conto de
Carlo Collodi. Podem ser olhos de madeira que nos olham estranhamente
ou podem ser os nossos olhos que deveriam ser estranhos olhos
de madeira; penso que devam ser os dois.
O autor nos leva por um mundo de personagens literários
bastantes conhecidos no mundo cultural das letras começando
com Marco Aurélio e chegando até os nossos dias.
Nos convida a olhar e ser olhado; nos convida a usar a pupila
dos olhos para sermos pupilos dos olhos dos mestres; nos excita
a sermos ingênuos e despretensiosos e com isso treinar e
exercer o estranhamento.
Quando olhamos para um outro ser humano podemos ver um véu
(de Mâyâ) embaçando o relacionamento; mas este
véu está sobre o outro ou está sobre nós?
Provavelmente encontraremos dois véus, mas à distância
que leva ao estranhamento nos fará tirar o nosso véu
para tentar nos descobrir no outro e possivelmente o outro tirará
o seu véu.
A proposição de Ginzburg é difícil
e ao mesmo tempo instigante. Resta-nos a coragem de nos sentir
bonecos de pau, para então começar a transformação
em seres de carne, osso e sangue.
Paulo
Costa de Souza
UM
MÉTODO MUITO PERIGOSO: JUNG, FREUD E SABINA SPIELREIN: A
HISTÓRIA IGNORADA DOS PRIMEIROS ANOS DA PSICANÁLISE
John
Kerr
A história ao ser contada, sempre apresenta diferentes
pontos de vista. A história da psicanálise, em seus
primeiros anos, foi contada pela ótica freudiana e tendo
Freud como o centro dela. Kerr veio narrar esses primeiros anos
com a visão do grupo da Suíça e colocando
a figura de Jung como protagonista.
Aproveitou a descoberta de documentos sobre Sabina Spielrein e
fez um trabalho exaustivo de pesquisa documental, praticamente
revertendo a importância de Zurique na projeção
mundial do movimento psicanalítico.
O autor trata as figuras de Freud e Jung como: “humanos,
demasiadamente humanos”; mas isso nos ajuda a compreender
como as idéias que revolucionaram o século XX e
que começaram a desabrochar no século XXI foram
criadas e desenvolvidas. Tira a aura de homens-deuses, que as
vezes são colocadas nas figuras históricas, e mostra
que eles sangram como nós e também possuem cheiros.
O livro sobre Freud, Jung e Spielrein é fundamental para
quem quer compreender a teoria da psicologia profunda e vai nos
colocar na estrada da vida com mais realidade. E, quando tropeçarmos
nas pedras e cairmos nos buracos, vai nos dar forças para
prosseguir, pois saberemos que todos os homens antes de nós,
por aí passaram...
Paulo
Costa de Souza
ALICE
- EDIÇÃO COMENTADA
Lewis
Carroll
Falar
sobre as histórias de “Aventuras de Alice no País
das Maravilhas” e “Através do Espelho”
seria muita pretensão. Esses contos, feitos inicialmente
para crianças, tornaram-se ao longo de quase 140 anos,
os mais comentados e apresentados em peças teatrais, filmes
e desenhos.
Pretendo falar um pouco deste livro estruturado por Martin Gardner.
Em primeiro lugar não posso deixar de ressaltar a edição
brasileira executada pela Jorge Zahar Editor. É uma edição
requintada que prima pelo bom gosto em todos os sentidos. Em resumo,
é um livro que dá prazer de segurar e manusear.
Não bastasse a apresentação, temos em mãos
uma tradução elaborada e cuidadosa. O comentador
das histórias de Alice relata junto com o texto (usando
meia página vertical) todos os comentários possíveis
e esclarecedores que nos ajudam a entender como foi criada obra
tão sensível.
Outro detalhe importante é que esta edição
vem acompanhada de todos os desenhos originais de John Tenniel
e ainda, no final, de alguns esboços não publicados.
O apêndice é enriquecido com uma bibliografia selecionada,
uma extensa e completa lista da filmografia da história
e de uma pequena biografia dos autores.
Foi também acrescentado o episódio inédito:
“O Marimbondo de Peruca”, só descoberto em
1974 e que, portanto, não constava de obras anteriores
a este ano. Para quem já viu muitas edições
de Alice, do reverendo Charles L. Dogson (1832-1898) ¾
mais conhecido por Lewis Carroll ¾ esta com certeza pode
ser chamada de completa e definitiva.
Paulo
Costa de Souza
CARTAS
DE C. G. JUNG
C.
G. Jung
As
cartas de Jung foram selecionadas por A. Jaffé e G. Adler
e catalogadas por data. Em um trabalho de censura, foram eliminadas
as de cunho muito pessoal e mesmo assim restaram cerca de 1.000
cartas reunidas em 1.275 páginas. A editora Vozes publicou-as
em três volumes: ‘1906 até 1945’, ‘1946
até 1955’ e ‘1956 até 1961’; possivelmente
por razões editoriais.
Podemos inquirir o porquê de ler a correspondência
particular de Jung se temos os seus livros em português.
Eu diria que é por questões de sabor; as cartas
são gostosas de ler e apresentam um tempero especial. Ora
é a malícia, ora a jocosidade, ora a sinceridade,
ora a irritação e até pitadas de puxões-de-orelha.
Jung surge mais descontraído e nos diz coisas que nunca
encontramos em seus livros, como por exemplo, se teríamos
vida depois da morte. Discute a relação entre o
‘bem e o mal’ com o padre White e vai até o
rompimento das relações. Pondera com E. A. Bennet
sobre a ‘comprovação científica’
quando o assunto é ‘arquétipo’. Encontramos
uma carta para um seu discípulo alemão, no pós-guerra,
que é uma verdadeira jóia literária sobre
o desvario humano. Escreve para Hermann Hesse, James Joyce, Conde
Keyserling, Heinrich Zimmer, Mircea Eliade, Wolfgang Pauli, Joseph
B. Rhine, Karl Kerényi, etc., enfim, é uma cornucópia
de escritos de alta sensibilidade.
Se desejarem, façam como eu: coloquem os livros no criado-mudo
e, toda noite, antes de dormir, leiam um pouquinho. Com certeza
os sonhos vão ficar mais fáceis de compreensão
e o despertar mais luminoso.
Paulo
Costa de Souza
O
CULTO DE JUNG
Richard
Noll
Em
primeiro lugar devemos reconhecer que o livro do Noll é
bem escrito e resultou de uma cuidadosa pesquisa, com uma ampla
busca de conhecimentos.
Para quem nunca leu ou folheou o ‘O Culto de Jung’,
é preciso que se diga que Noll é um detrator de
Jung. Sua explanação é tendenciosa e bastante
equivocada. O autor distorce as palavras de Jung e percebesse
que não entendeu suas idéias, se é que chegou
a lê-las completamente (as obras completas de Jung somam
9.281 páginas e um ser humano comum só começa
a entender um pouco da sua obra a partir da terceira leitura).
Noll não faz distinção entre Jung e junguianos
e também mistura a visão dos junguianos daqueles
que usam as teorias de Jung para sedimentar dogmas (Nova Era,
Gnosticismo, orientalistas, místicos, etc.). Mesmo no panorama
que apresenta de Jung, mistura com certa ingenuidade, sua pessoa
humana com suas idéias e sua obra.
Por outro lado, Noll prestou um grande serviço (principalmente
no Brasil) para a difusão das idéias de Jung. Uma
grande personalidade só começa realmente a ‘aparecer’
quando surgem seus detratores e difamadores.
Para quem aprecia Jung e suas obras, assim como a de seus discípulos,
é bom tomar conhecimento de um Jung mais humano e mais
perto de nós. O livro é também um alerta
para as ‘sociedades junguianas’ que deveriam ser menos
elitistas e se preocuparem mais com a difusão do ‘verdadeiro
Jung’.
Noll apresenta uma série de frases que são verdadeiras,
mas no conjunto não fazem nenhum sentido e não acrescentam
nada para o crescimento do ser humano. Lembro de um dito suíço
citado por Jung: “O que transborda do coração
sai pela boca”.
Paulo
Costa de Souza
A
FEMINILIDADE CONSCIENTE
Marion
Woodman
Em 1968, Marion foi parar na Índia em busca de um guru,
mas não o encontrou. Encontrou-o na Inglaterra, na figura
de E. A. Bennet e com ele fez análise de 1970 até
1971. Em 1974 foi hospitalizada com uma doença psicossomática.
A mexida na sua psique foi tão intensa que a levou para
Zürich, onde ficou até 1979 estudando Jung.
Daí em diante escreveu alguns livros e este é uma
coletânea com quinze capítulos, dos quais três
são reportagens, dois são artigos e dez são
entrevistas, realizados entre os anos de 1988 e 1992. O título
do livro não nos diz exatamente o que vamos encontrar no
seu interior. Os tópicos abordados vão além
da ‘Feminilidade Consciente’. Presumo que o título
foi uma homenagem as mulheres que sem dúvida estão
buscando mais as suas almas do que os homens. Marion fala bastante
sobre os vícios e aborda outros temas junguianos com bastante
profundidade.
A variedade do conteúdo não tira méritos
do livro, muito pelo contrário. Woodman é até
mais famosa pelas suas exposições orais do que pelos
seus escritos. O que torna sua narrativa convincente é
que ela experienciou tudo que afirma e se apresenta como uma velha
sábia que se expõe para mostrar que as transformações
são possíveis e não incluem o fator idade.
Viveu os problemas com o corpo e o vício na juventude e
deu uma guinada em sua vida quando tinha 42 anos.
Paulo
Costa de Souza
MANHÃ
DE SETEMBRO
Luigi
Zoja e Donald Williams
“Manhã
de setembro” é antes de tudo uma coletânea
de nove artigos de junguianos, americanos e europeus, que tentam
mostrar as suas visões psicológicas do atentado
as ‘Torres Gêmeas’, de Nova Iorque. Desfilam
personalidades mais, e menos conhecidas, como por exemplo: James
Hillman, Verena Kast, A. Guggenbühl-Craig, Luigi Zoja, etc.
Falar de psicologia junguiana no campo do ‘coletivo’
não é fácil, pelo simples fato de que Jung
explicava todo o coletivo pela atitude individual. A tentativa
de Williams foi muito boa, pois torna Jung mais popular e a difusão
de suas idéias é muito positiva em vários
aspectos.
Como o livro foi pincelado por várias mãos de artistas
vamos encontrar muitas tonalidades e contrastes. Alguns puxam
para o histórico, Hillman usa em demasia o eruditismo,
Zoja foi muito extenso, Craig um pouco tímido... Mas, o
artigo de Ann B. Ulanov vale pelo livro todo. O escrito é
harmônico, tênue e profundo. Comparado com a música
seria a Sonata N° 29, para piano, de Beethoven. Não
consigo compreender como esta autora ainda não teve nenhum
livro traduzido para o português. Depois dessa amostra grátis
contamos com a nossa elite editorial para começar a nos
presentear com as obras da escritora.
Paulo
Costa de Souza
EQUIPES
DE ALTO DESEMPENHO
A TIPOLOGIA DE JUNG NAS ORGANIZAÇÕES
Elvina
Maciel Lessa
Elvina
Maciel Lessa é psicóloga, autora da tese: Cooperação
e Complementaridade em equipes de trabalho: Estudo com Tipos Psicológicos
de Jung, submetida ao programa de Engenharia de Produção
- COPPE-UFRJ; mestre em Psicologia pelo Programa EICOS do Instituto
de Psicologia da UFRJ.
O livro apresenta estudos feitos em equipes onde foi utilizada
a teoria dos Tipos Psicológicos, desenvolvida em 1926 por
Carl Gustav Jung. Jung revelou que as pessoas têm diferentes
características comportamentais, habilidades, aptidões,
atitudes e motivações que vão caracterizar
os Tipos Psicológicos. O livro EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO
apresenta resultados de duas pesquisas feitas na tese de doutorado
submetida na COPPE/UFRJ:
Os
resultados das pesquisas revelaram que a diversidade de Tipos
Psicológicos não garante os resultados de uma equipe.
Constatou-se a tendência das pessoas preferirem trabalhar
e considerarem complementar, alguém com o Tipo Psicológico
diverso do seu, embora não seja totalmente distinto. As
equipes de alto desempenho apontaram que as pessoas tiveram uma
boa integração com os demais membros. Entretanto
nas equipes de baixo desempenho, seus membros demonstraram ter
tido muitas dificuldades entre eles, fato que pode ter causado
impacto negativo os resultados dessas equipes. Cabe ressaltar
a necessidade de desenvolver na equipe, comportamentos que contribuam
para o aumento de afinidades entre as pessoas especialmente o
fortalecimento de comportamento ético dos seus membros.
Além disso, pareceu existir relação entre
o perfil do próprio indivíduo e o perfil da pessoa
com quem teve maior dificuldade de trabalhar. Existe também
relação entre os perfis das pessoas com quem gostaram
de trabalhar e as pessoas consideradas complementares no trabalho,
indicando que no trabalho de equipe afinidades e complementaridade
são atributos desejáveis.
Alguns
fatores podem causar impacto no desempenho de uma equipe, dentre
outros:
a)
A equipe vai precisar de pessoas que busquem o auto-conhecimento
para que possam desenvolver todo o seu potencial, possibilitando
assim que utilizem todas as suas funções psíquicas
na solução dos problemas da equipe e se relacionem
bem com os demais membros do grupo.
b)
A equipe deve ser composta de pessoas que tenham diversidade de
estilos de personalidade ou pessoas com bom desenvolvimento do
Tipo ou maturidade, a fim de possibilitar a análise dos
problemas a partir de vários ângulos, bem como facilitar
a complementaridade entre os membros.
c)
A equipe precisa ser composta de pessoas que possuam conhecimentos,
habilidades ecomportamentos que possam atender as necessidades
das atividades propostas ou seja as demandas da equipe.
d)
A equipe não deve ter uma liderança centralizada
numa pessoa, mas uma liderança flexível , em que
mais de uma pessoa tenha possibilidade de assumir o papel de líder.
e)
A equipe precisa que as pessoas estejam motivadas e comprometidas
com os resultados a serem atingidos e as necessidades dos clientes.
As pessoas precisam considerar que as atividades que elas desempenham
valem a pena ser realizadas.
Que
esse estudo possa trazer para a discussão novos conhecimentos
sobre o comportamento das pessoas e o funcionamento das equipes
com base na Teoria dos Tipos Psicológicos de Jung. As empresas
devem promover programas de desenvolvimento de equipe utilizando
os conceitos da Teoria dos Tipos Psicológicos de Jung a
fim de ampliar o auto conhecimento e apoiar o bom desenvolvimento
do Tipo ou seja a maturidade das pessoas visando maior integração
e sensibilidade às diferenças individuais. Ao aplicar
os conhecimentos da Tipologia Junguiana nas empresas e equipes,
certamente estaremos ajudando as equipes a atingirem melhores
desempenhos, além de estarmos contribuindo para a humanização
das empresas.
Lessa. Elvina Equipes de Alto Desempenho Editora Vetor, SP, 2003.